segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Para o Estado- Rede: Globalização Econômica e Instituições Políticas na era da Informação.

Castells, Manuel. Para o Estado- Rede: Globalização Econômica e Instituições Políticas na era da Informação. Ed UNESP, 2001.

           Castells inicia sua discussão apontando que assim como em todas as partes do mundo no Brasil o estado continua sendo um elemento essencial de regulação econômica, de regulação econômica, de representação política e de solidariedade social, no entanto nesse processo a limites estruturais e culturais de suma importância as quais apresentam atuações historicamente novas. Castells nos chama atenção, apontando, que na realidade aqueles estados que foram capazes de transforma-se no novo histórico passaram por profundas crises muitos desses chegaram a uma crise institucional. Foi em meio a esse processo que segundo ele surgiu uma nova forma de estado, o “Estado rede”.   No entanto o Estado- rede não deve ser compreendido como uma nova modalidade de utopia a qual surgiu em meio a era da informação. Castells considera que essa nova forma institucional surge e tão logo se adapta aos novos problemas da administração política e gestão política, como por exemplo, na União Européia, Estados Unidos e outros.  Castells compreende o termo globalização como um processo segundo o qual as atividades decisivas num âmbito de ação determinado funcionam como uma unidade em tempo real no conjunto.  Ao estudarmos os fenômenos da globalização podemos ter em mente que se trata historicamente de um processo novo pelo fato de somente na ultima década ter sido construído um sistema tecnológico o qual de fato possibilitou a globalização mundial, no entanto cabe salientar que nem toda a experiência de globalização é mundial especificamente no que tange a comunicação já que essa pode ser simbólica e regional.
            O sistema global é caracterizado por uma rede, a qual é flexível e proporcionada pelas tecnologias de informação, dessa forma conecta tudo o que vale e desconecta tudo que não vale ou desvaloriza, ou seja, causa ao mesmo tempo uma segmentação e uma diferenciação. Nessa esfera a globalização mais importante e reconhecida é a que remete seus efeitos vinculados ao capital, ou seja, a globalização do capital a qual causa a interdependência dos estados financeiros.  Para Castells este é o sentido mais direto da globalização econômica: a vinculação de fato de todas as moedas mundiais, ainda, em outras palavras, os Estados, todos os Estados, têm de navegar no sistema financeiro global e adaptar suas políticas, em primeiro lugar, ás exigências e conjunturas desse sistema. Portanto segundo Castells a “Globalização econômica não se limita aos mercados financeiros e monetários”. Além dessas características dos processos de globalização a um novo processo de globalização que tem se propagado por todo o mundo em especial na America Latina, trata-se de um novo processo de globalização reflexo da questão social “trata-se da globalização do crime organizado”, tráfico de drogas, de pessoas, de armas, de tecnologia, informações, de mercadorias ilegalmente transportadas e a correspondente lavagem de dinheiro. Essa modalidade de globalização é a mais complexa e difícil de ser tratada pelo estado nação. Castells salienta que em meio a esse processo de globalização o estado passou a ser cada vez mais inoperante no global e cada vez menos representativo no nacional. Segundo Castells (2001), “as experiências que o estado tem tido na ultima década continua sendo um importante agente de intervenção estratégica nos processo econômico, ainda em sua dimensão global, e que os contextos institucionais e regulares, para a economia e para a sociedade. Castells ainda enfatiza que em meio a esse contexto os estados estão respondendo a globalização com a multilateralização e a cooperação de suas e políticas e que Desse modo, portanto o Estado – nação tem demostrado ter apanhado entre tais exigências contraditórias da operacionalidade global e a legitimidade nacional. O autor coloca que um dos paradoxos encontrados no cotidiano é o lançamento do local na era global no qual os governos locais e regionais possuem escassez de recursos para controlar os fluxos globais e o Estado nacional também não conseguem em sua grande maioria manter o controle, entretanto o que possibilita abarcar tamanha dimensão é com relação forma de intervenção que necessariamente produzirão em rede possibilitando instalar-se nelas independente da forma no qual estará organicamente entrelaçada. O que também facilita no processo dos governos de potencializarem a flexibilidade de adaptação nos fluxos globais.
            Visando aumentar a operacionalidade na recuperação da legitimidade, as estratégias do Estado-nação aprofundam sua crise ao potencializar a perda do poder, atribuições e autonomia em benefícios dos níveis nacionais e subnacionais. Por isso, é necessário acompanhar e redistribuir os níveis institucionais que se desenvolvem a partir a ação dos representantes da democracia, neste caso, a solução mais cabível é a efetiva ação do Estado-rede. Castels aponta que denomina esse tipo de estado a partir da caracterização do compartilhamento da autoridade através de diversas instituições que se constitui por certos nós que se entrelaçam a outras organizações visando alcançar o objetivo de articular os parâmetros institucionais e atender de forma integral a demanda que se constitui enquanto usuário desta. O mesmo conclui que o Estado é o principal instrumento que a população possui para controlar a globalização em detrimento dos valores e interesses que possuem, por isso, as diversas funcionalidades que possui incluindo as questões de extrema complexidade como o processo de mudanças na ordem social e tecnológica no qual estamos engajados é a condição básica para intervir e reformar socialmente. No tocante a reforma do Estado, Castels aponta que a mais relevante é da administração desta instituição, pois corresponde ao instrumento condicionado a capacidade de intervir em outras esferas que dimensionam as relações estabelecidas entre si. Por isso, o mesmo indaga que o nível do Estado mais adequado a atribuição não é necessariamente a técnica e sim a questão política da sociedade, do grau de eficiência. Todavia, o autor coloca que é preciso executar uma ampla descentralização dos recursos e do poder mais próximos da população e os problemas que apresentam em seu cotidiano. Assim apresenta alguns princípios tais como a subsidiariedade, flexibilidade, a coordenação, a transparência administrativa e a modernização tecnológica da administração como fatores essenciais para o desenvolvimento dessas redes e da participação dos cidadãos nas decisões do Estado.

Rafael

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