quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Neoliberalismo.

                           
                                                                       
NEOLIBERALISMO

            O Neoliberalismo surgiu como uma reação ao Estado de Bem-Estar Social no final da década de 1970. A teoria neoliberal compreende o mercado como principal instância para resolução dos problemas sociais. O Estado se retrai, abrindo espaço para que o setor privado assuma o comando das principais ações na área de infra-estrutura como, por exemplo: transporte, saneamento, iluminação, etc.
            O Estado de Bem-Estar Social tinha como características ser protetor e intervencionista, ocorreu em alguns países da Europa e nos EUA. Este Estado tentava garantir um mínimo de condição de vida para os trabalhadores, embora sua forma de proteção tenha variado de país para país em função da força sindical, organização dos trabalhadores, etc.

Amanda e Eliza

                                                                      

Estudos de Política e Teoria Social

Considerações sobre o texto: Estudos de Política e Teoria Social
Elídio Alexandre Borges Marques

Segundo Mandel, podemos caracterizar os ciclos do desenvolvimento do capitalismo em dois momentos: expansão e contração sucessivas da produção de mercadorias e da mais-valia. Os períodos de expansão são caracterizados pela alta taxa média de lucro, do capital circulante e da extração da mais-valia. O segundo período é caracterizado pela estagnação da taxa média de lucro, queda do capital circulante e de estabilização ou queda da mais-valia.
Pode-se dizer que o capitalismo cria estratégias para tentar reverter os quadros de crise. É no decorrer do final da década de 70 e início dos 80, que se observa as primeiras oportunidades concretas de implementação do neoliberalismo nos países centrais (Inglaterra/EUA). Essa ideologia defende a idéia de um Estado menos interventor, e do mercado como regulador das relações econômicas e sociais, apoia-se na oposição ao intervencionismo Keynesiano e ao pensamento Marxista, levando transformações ao mundo trabalho.
O capitalismo altera o processo de produção incorporando novas tecnologias com o objetivo de acelerar o processo produtivo e alcançar uma maior extração de mais-valia que é o elemento principal para a obtenção de super lucros. O processo de reorganização dar-se-á pela mudança do modelo Fordista de produção para o Taylorista, que provoca uma fragmentação no processo de trabalho e a flexibilização, que diminui a força política dos trabalhadores.
Tanto os blocos econômicos supranacionais quanto as organizações internacionais assumem um papel de grande importância no processo de internacionalização da economia. Diferenciam-se quanto à organização política, assumindo relações estreitas e aparecem ainda como espaços fechados à influência dos demais blocos sendo um reforço à tríade (União Européia, NAFTA, Economia Japonesa). Há divisão das riquezas (e do poder) geradas nas últimas décadas. Assim, é possibilitada uma mobilidade do capital que passa a escolher onde se instalar, o que produzir e onde vender, sofrendo cada vez menos controle.
A fase marcada pela internacionalização é demarcada pelo capital que ultrapassa as fronteiras dos países buscando novas fontes de lucro, enquanto os trabalhadores são sistematicamente impedidos de buscar melhores condições de trabalho e vida em países centrais.
Os EUA é uma grande potência econômica que dificulta ao máximo a entrada de pessoas em seu território, mas adentra em outros países buscando lucros. Há pressões dos países desenvolvidos/centrais para que países subdesenvolvidos/periféricos flexibilizem sua política de comércio internacional, porém, o inverso não ocorre da mesma forma.
Outro ponto que deve ser abordado dentro da fase neoliberal é a questão da financeirização, que é parte essencial para o novo esquema de reprodução do capital. “A esfera financeira se alimenta de transferências de riqueza muito concretas que depois são distribuídas através de um circuito com características próprias” (Michel Husson – 1999).
O avanço neoliberal provoca uma dissociação entre poder político e econômico do Estado Nacional. Tal segregação foi permitida pelo mesmo, visto que aderiu (ou foi forçado a aderir) a implementação desta política. Os Estados nacionais estão em posição de subordinação frente aos países centrais (desenvolvidos), visto que os mesmos (em especial os EUA) determinam o conteúdo das políticas neoliberais que são implementadas através do G7, FMI, BM e OMC.
O Estado perde a sua legitimidade, à medida que o seu poder econômico fica subordinado aos interesses dos países desenvolvidos (privatizações, desregulamentações dos contratos de trabalho e perda de controle das relações econômicas e monetárias) que pressionam por uma intervenção cada vez mais restrita, mínima por parte do estado, isto no social, porém, máxima para o capital.
A mobilidade do capital ou “mundialização neoliberal” definida assim por Marques, diz respeito a um processo que envolve tanto fatores econômicos quanto políticos. Este processo reflete que, cada vez mais o capitalismo encontra dificuldades de se apresentar como um meio para se alcançar um progresso universal. Os países periféricos, por exemplo, não conseguem sair da relação de dependência com os países centrais.  
[...] o que se passa não é uma dinâmica de progresso geral, no qual todos avançam, embora partindo de situações diferentes. O que se vem passando é um agravamento do abismo existente entre centro e periferia, com a deterioração das condições de vida das populações desta última. (Marques, p.132).
                                                                      
Algo que deve ser considerado, é que a proposta neoliberal significou uma solução para a burguesia recuperar as taxas de lucro. Contudo, isso foi feito à custa da redução na compra da força de trabalho em virtude do investimento em tecnologias, ou seja, houve um aumento de capital constante e uma diminuição do capital variável no contexto do processo de produção. Este fator implicou em um aumento do número de trabalhadores passivos, ou melhor, num “inchaço” do Exército Industrial de Reserva que acaba por exercer uma função política e econômica favorável ao próprio capital. O que se quer dizer, é que os trabalhadores excluídos do mercado de trabalho exercem certa pressão nos trabalhadores ativos, de maneira que o capitalista reduz o custo da força de trabalho, pois caso algum trabalhador faça uso de reclamações, este corre o risco de perder seu emprego, pois existe um exército industrial de reserva querendo ocupar seu lugar. Esta seria a função econômica, a função política se encontra na fragmentação que é feita numa única classe, a classe trabalhadora, que passa a ser dividida entre os empregados e os desempregados, o que implica numa redução da capacidade de mobilização e força política dos trabalhadores, contribuindo assim, para a legitimação do capital.
Nos últimos anos, devido ao avanço do capitalismo, e, por conseguinte ao agravamento das expressões da “Questão Social”, percebe-se o crescimento de movimentos de resistência à mundialização neoliberal, visando alcançar um verdadeiro processo de deslegitimação do processo.

Aline, Amanda, Eliza, Marcelle, Maria das Dores e Rita de Cássia.       

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Passagem do modo de produção Fordista para a Acumulação Flexível

Passagem do modo de produção Fordista para a  Acumulação Flexível

      A partir da década de 1970 o padrão de acumulação Taylorista / Fordista se apresenta em crise estrutural, inerente a própria dinâmica do capitalismo. Sendo, portanto necessário uma série de medidas para a reestruturação do capital, são realizadas mudanças no processo produtivo e nas relações de trabalho através da nova forma de acumulação flexível, essas transformações ocorrem também no âmbito estatal e na própria ideologia.
 Com o novo padrão de acumulação flexível, o Estado e as Empresas com o intuito de cortar os custos dos encargos sociais, terceirizam a produção, resultando em muitos casos a perda de muitos direitos até então alcançados através das lutas dos trabalhadores. No caso de terceirizados do Estado ele não tem a garantia de trabalho que um concursado possui podendo ser demitido quando se chega ao término do contrato, além de muitos contratos de trabalhos não estarem no regime de CLT, resultando na perda do décimo terceiro salário, FGTS, dentre outros direitos.
 No âmbito das relações de trabalho esse novo padrão vem trazer a polivalência dos trabalhadores, e especialização para a realização de múltiplas funções, há a horizontalização da organização do trabalho; enfatiza-se a co-responsabilização do trabalhador, o empenho individual o que gera a competitividade entre os trabalhadores, e os mesmos devem “vestir a camisa da empresa”.
Com as mudanças no padrão de acumulação, e o surgimento do terceiro setor percebemos uma crescente desresponsabilização do Estado, e a perda ou diminuição de muitos direitos alcançados pelos trabalhadores. 

Aline e Marcelle

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A História das Coisas.


No documentário “A História das Coisas” percebe-se a preocupação dos autores em mostrar de forma simples, inteligente e crítica ao se fazer uma reflexão sobre o modelo capitalista hegemônico no mundo atual.
Descortina as facetas e estratégias de seus atores no processo histórico contemporâneo num esforço para implantar e legitimar audaciosamente o capitalismo, atingindo e dominando os setores tanto políticos quanto sociais. Busca fazer com que estes setores cumpram seus caprichos, mesmo que deixem um legado prejudicial a curto e longo prazo ao meio ambiente e a população de modo geral ao considerar produtos (confeccionados de modo a ser trocado o mais rápido possível) e pessoas, como peças descartáveis.  Para que o sucesso deste modelo viesse a se concretizar, foi usado de forma perspicaz, nos momentos de crise econômica pelos mentores capitalistas com ideologia liberal, acirraram métodos/ fórmulas que forçaram o Estado a retirar-se da função intervencionista nas políticas sociais, responsabilizando a própria sociedade para que esta, com insumos provindos de empresas particulares em conjunto com subsídios públicos criem formas de superar as deficiências, ou lacunas deixadas pelo primeiro setor, representados pelas entidades Municípios, Estados e União. 
A omissão do estado faz entrar em cena organizações supostamente candidatas a prestar serviço sem fins lucrativos. Qualificam-se e tornam-se capazes de gerar funções de caráter público em busca da promoção do bem estar social nos pontos carentes deixados pelo governo. O terceiro setor não resolveria todos os problemas, mas complementaria tais deficiências tendo como relevância dar continuidade e não entravar a engrenagem da máquina capitalista que metamorfoseia-se transformando a sociedade segundo suas necessidades.
Maria das Dores e Rita de Cássia